Lendo Contos #2: Restos do Carnaval - Clarice Lispector

09:54 Unknown 0 Comments

E aí galera, como está a empolgação de vocês com o feriado? Carnaval é uma festa bonita, cheia de cores, música e pessoas alegres tocadas pelo rítmo dos trios elétricos e dos instrumentos das escolas de samba. Para não passar em branco esse acontecimento especial que já faz parte da identidade do Brasil, busquei analisar um conto que acredito ser um dos mais representativos acerca da energia e da magia do carnaval sob o olhar de uma criança. Quem adorava uma folia enquanto criança, vai se identificar tanto com a alegria das vésperas quanto com a melancolia das quartas-feiras de cinzas e se tratando de Clarice, a nostalgia será certeira.No conto, a autora narra a sede de felicidade de quando tinha 8 anos e se encantava com toda a exuberância do carnaval. Em Recife, nesta época, a festa é garantida em seu tradicional carnaval de rua. E é neste ambiente que vive essa pequena.
A visão jovial de uma festa tão grandiosa descrita por Clarice é o que há de encantador e de triste ao mesmo tempo. Tendo em vista que a mãe da menina estava acamada. E suas condições de saúde se agravam no dia em que ela, por sorte, consegue se caracterizar e tem a oportunidade de ir à essa festa. A autora cita a alegria da menina que havia conseguido seu figurino a partir dos restos da fantasia de sua amiga. Estava tão ansiosa pois era a primeira vez que poderia se mostrar e se encantar com a dinâmica do carnaval, estando inserida nela. No entanto, ao saber da situação de sua mãe, a garota se ver em dúvida e desnorteada. Enfim, ela vai e, mesmo preocupada com o drama familiar e a pressão que nela exercia, observa com sensibilidade as cores, os enfeites e fantasias que as pessoas por ali usavam.
Clarice descreve poeticamente as sensações sentidas e suas concepções juvenis sobre essa festa popular e a maneira que as pessoas se portavam. O dilema em que ela se sentia, ao se entregar a folia apesar da doença de sua mãe, não a afastou da sensibilidade e possibilidade de descrever o que sentia e o que gritava dentro de si. Este conto faz parte do livro Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, Editora Rocco. 

Mas e vocês, como está a folia ou decidiram por ficar em casa lendo também?

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